1ª Conferência Nacional Livre de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional será realizada em Brasília no dia 24 de outubro
A Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) realiza, no dia 24 de outubro, a 1ª Conferência Nacional Livre de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (CNLSSAN-Pesquisa). O encontro ocorre em Brasília, no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O encontro é uma convocatória a profissionais e estudantes que atuam com pesquisas, docência, gestão e militância na sociedade civil ou no âmbito governamental (ou mesmo internacional), em soberania e segurança alimentar e nutricional (SSAN). Propostas de ações ou diretrizes de políticas públicas que ajudem a construir uma agenda de pesquisa em SSAN nos próximos anos podem ser enviadas, para participação na conferência, até o dia 13 de outubro.
A convocação da Rede PENSSAN vem na esteira da luta pela soberania e segurança alimentar e nutricional compreendida de forma sistêmica e multidisciplinar, para que questões complexas como a fome e o acesso democrático à comida de verdade tenham a dimensão e o tratamento adequados por parte dos governos, do setor privado, da academia e da sociedade. A CNLSSAN-Pesquisa, organizada pela Rede PENSSAN com apoio da Fundação Ford e do MCTI, é uma etapa de um processo maior, de consulta à sociedade para construção da 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, organizada pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), em dezembro, também em Brasília.
São três eixos temáticas a partir dos quais se organizam as discussões e propostas dos participantes, com foco nas questões de pesquisa que podem ser respondidas para contribuir no aperfeiçoamento da ação pública e social na área: (1) determinantes estruturais e macrodesafios para a Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, (2) sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e políticas públicas garantidoras do Direito Humano à Alimentação Adequada, e (3) Democracia e participação social.
Além desses três eixos, e considerando os desafios que representam as mudanças climáticas no país e no mundo, com fortes repercussões na produção de alimentos, na qualidade do que é produzido e no acesso de todos à alimentação, a CNLPSSAN-Pesquisa terá um espaço para problematização do tema, convidando os participantes a indicarem principais temas para pesquisas sobre mudanças climáticas e sua relação com a SSAN e o direito humano à alimentação adequada e saudável.
Ao final da programação do encontro, serão escolhidas até três propostas a serem levadas à Conferência Nacional, que contribuirá para a elaboração do 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (2024-2027). A CNLSSAN-Pesquisa é aberta ao público, tanto presencial como virtualmente, e as inscrições podem ser feitas, gratuitamente, até o dia 23 de outubro. Para se inscrever ou obter mais informações, basta acessar o formulário online.
Para a professora da UFBA Sandra Chaves, Coordenadora da Rede PENSSAN, nesse contexto em que o país volta a ter como prioridade o enfrentamento à fome, a participação em conferências sobre SSAN se torna chave para que as saídas encontradas sejam efetivas e duradouras. Para ela não existem políticas de combate à fome eficazes sem pesquisa e sem a participação social no conceito que chama de pesquisa cidadã, feita para e com a sociedade, além de voltada para a transformação da realidade nacional, profundamente marcada pela insegurança alimentar de mais da metade da população brasileira..
“A Rede PENSSAN tem um olhar centralizado para uma política de abastecimento alimentar voltada para ampliar o acesso a alimentos adequados e saudáveis, produzidos em base familiar, sustentável e que valorize a biodiversidade. Estamos falando de aspectos que podem, efetivamente, assegurar soberania alimentar para um país com as dimensões e as complexidades do Brasil. A pesquisa cidadã precisa estar na ordem do dia para que a sociedade encontre reflexões profundas, estruturantes e que atendam à diversidade em nossas territorialidades”, avalia.